quinta-feira, 28 de maio de 2015

Um mandato sem legitimidade

Os defensores da farra pública do Coronel-peculato se agarraram no voto popular que elegeu o réu da Comissão Processante para absolve-lo, eles falavam em um tom no qual até parecia dois defensores do Estado Democrático de Direito, e o próprio prefeito chegou a alertar aos vereadores que eles não estariam julgando a pessoa Ubaldo Martins, e sim o mandato obtido pelo voto popular.
Ocorre que o voto popular não estava em cheque, a votação obtida pela coligação do Coronel foi devidamente legitimada pelo Tribunal Regional Eleitoral tão logo assim apuradas todas as urnas de Bom Jesus do Norte, porém a partir daí passa-se a avaliar a legitimidade do mandato, o voto popular se tornou apenas o resultado legitimado no passado.

Cabe ao prefeito e seus defensores legislativos avaliarem com sensatez que a votação popular obtida pelo Coronel, expressiva diga-se de passagem, foi proveniente de diversos fatores, com dois em destaque que abordarei a seguir.

O primeiro fato que contribuiu decisivamente para a eleição do Coronel foi o amplo leque de alianças costuradas em torno de sua candidatura, com a aglutinação de diversas lideranças políticas, sua capilaridade eleitoral ficou garantida.
Outro fato tão importante, ou até mais decisivo do que as lideranças coligadas com o Coronel se deram em seu arrojado programa de governo e suas promessas megalomaníacas, que prometeu revolucionar a administração pública de Bom Jesus do Norte, sem dúvidas que sua firmeza em propor tais mudanças convenceu e muito o eleitorado.

Depois de articulado um poderoso leque de alianças partidárias e apresentar seu revolucionário programa de governo, restou somente esperar o período de campanha para consumar a vitória em outubro de 2012.
Depois de eleito e com o TRE consagrando a legitimidade da votação, partimos então para avaliar a legitimidade do mandato do coronel a partir do dia de sua posse, 1º de janeiro de 2013.
Uma das promessas unânimes feita pelo Coronel com seus aliados de campanha em 2012, foi que em hipótese alguma o senhor Edmilson Carvalho faria parte do governo, isso quem falou foi o vereador José Manoel, “O Cascudo do Parlamento”, na tribuna legislativa em 2013, fato este confirmado por diversas outras pessoas que participaram diretamente do comitê de campanha que elegeu o Coronel.

A partir do momento em que um candidato eleito pelo voto popular quebra um acordo de campanha com seus aliados logo no primeiro dia de governo, a legitimidade deste começa a se abalar.

O mais grave ocorreu com seu programa de governo revolucionário, que seduziu quase 60% do eleitorado de Bom Jesus do Norte e chegando na metade do terceiro ano de governo, podemos facilmente constatar que nenhuma das promessas de campanha foram cumpridas, e pelo andar da carruagem as mesmas não serão postas em prática.

Se o Coronel enganou seus aliados partidários de campanha em 2012, e ludibriou seus eleitores em não conseguir sequer esboçar o cumprimento de apenas uma de suas muitas promessas hipnóticas de campanha, não restam sombras de dúvidas que seu mandato não tem legitimidade alguma para servir de argumento de defesa
Como defender um prefeito que traiu seus aliados políticos e todos seus eleitores? Como defender um prefeito que prometeu entregar medicamentos em casa e que na realidade ele não consegue entregar sequer onde era entregue? 



Com o defender um prefeito que já é acusado pelo Ministério Público de ter desviado recursos públicos em falcatruas cometidas neste mandato, e que já se encontra com os bens bloqueados pela justiça? 

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