quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Espírito Santo | Estado joga conta da crise hídrica nos ombros dos pequenos

Alerta de racionamento emitido pela secretaria estadual de meio ambiente se direciona a população de classe média e baixa, além dos produtores rurais

O governo do estado está lançando um programa de conscientização para que a população capixaba não desperdice água devido ao menor nível atingido pelos principais rios do estado nos últimos quarenta anos.

Ocorre que as medidas e recomendações planejadas mencionam a suspensão de irrigação de lavouras, a suspensão de outorgas de captação de água no lençol freático por noventa dias, além das recomendações de sempre como não lavar os carros em residências, não molhar as ruas etc., hábitos tipicamente da população média e baixa, ou alguém considera normal ver um governanta  de uma mansão da Mata da Praia molhando a rua para baixar a poeira? 
Ou um executivo de uma grande empresa lavando sua reluzente "SUV" em frente ao prédio que reside na Praia do Canto?

As medidas de caráter orientador deveriam ser aplicadas durante todos os anos diariamente, bastando observarmos que o brasileiro é quem mais desperdiça água tratada no planeta, algo em torno de 40%, sendo que na Europa e até em alguns países da América do Sul a média não chega a 20%.

As medidas de orientação também abrangem as prefeituras do estado a economizar água e energia elétrica, no entanto seria uma excelente oportunidade para o governo do estado baixar um decreto obrigando a todas as prefeituras e as próprias edificações púbicas do estado a adotarem o sistema de captação de água da chuva, sendo extensivo também aos grandes condomínios de luxo, hotéis e demais grandes incorporações. 
Imaginam quanto seria economizado de água tratada nas descargas dos banheiros de todos os apartamentos, irrigação de áreas verdes dos condomínios dentro outras finalidades que a água captada da chuva se adéqua.

Para a industria somente tem a recomendação de se utilizar água de reuso em suas atividades, porém sem anunciar nenhuma medida legal como em outros casos.
Os debates ambientais vêm sendo propagados em todo planeta desde os anos noventa, e o atual governo é responsável pelas últimas três gestões, sendo que da terceira o atual governador foi o patrono da eleição de Renato Casagrande em 2010.

Um dos principais consumidores de água desperdiçada no estado do Espírito Santo não é mencionado em uma linha sequer em todas as medidas e alertas divulgados até o momento, inclusive com o fato sendo noticiado no Jornal da Globo desta madrugada, que estão nos minerodutos do estado e na própria atividade mineradora que para se manter em pleno funcionamento precisa de uma infinidade de água em que praticamente toda ela é desperdiçada.

Porém atacar ao interesse econômico do andar de cima é sempre muito complicado, ainda mais se neste meio tivermos financiadores de campanha e lobistas ligados a ambos, e com esta medida esperamos que a justificativa seja o fato do governo ter assumido o Estado a menos de trinta dias, e que diferente dos demais estados, o atual governo permanecerá orientando e implantando políticas públicas sustentáveis de preservação ambiental.
Fica a expectativa do percentual orçamentário que o atual governo irá reservar para as políticas de prevenção e preservação ambiental para o exercício financeiro de 2016, sendo certo que este atual governo trabalha sob o orçamento elaborado pelo governo passado, porém espera-se que se tenha uma visão mais ampla e ousada com as demandas ambientais e sustentáveis no desenvolvimento do estado.

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