quinta-feira, 13 de março de 2014

Perseguição a servidora resulta em relatório suspeito em Bom Jesus do Norte

Conforme já havia denunciado neste espaço, o secretário interino de educação de Bom Jesus do Norte vinha perseguindo uma diretora de uma das escolas da rede municipal. 
E este processo foi continuado, e chegamos ao ápice da cafajestagem pública municipal que norteia a gestão do SISTEMA EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO.


A situação tomou uma proporção tão absurda, que o desfecho desta culminou com a exoneração da referida diretora com base em um relatório sindicante no mínimo suspeito senão vejamos.
Inicialmente cabe questionar que se para o secretário de educação realizar uma sindicância para apurar supostas irregularidades ou desvios de conduta de uma gestora de escola, inicialmente que ele deveria nomear esta comissão sindicante através de portaria publicada na imprensa oficial. 

A maneira em que o relatório da servidora técnica responsável pelo SIGPC e Programa Mais Educação foi elaborado, nos leva a crer que tal portaria não foi publicada, e muito menos foi formada uma comissão composta por três membros.

O relatório cita por exemplo que “por várias vezes funcionários compareceram à secretaria municipal de educação para reclamarem da conduta da diretora, da sua falta de discernimento em tomar atitudes que interferiram no bom andamento daquela unidade de ensino.” 
Ela também relatou que “alguns (servidores) solicitaram até seu remanejamento”, e que “os pedidos de troca de unidade escolar continuam”.

Pergunto a relatora se ela tem essas informações registradas em livro ou qualquer outro documento de ocorrências? 

Pois tal informação não confere com que os servidores desta mesma escola se manifestaram em dois documentos, em que um eles afirmam e assinam que não tem nenhum problema de relacionamento com a diretora exonerada. 
E o segundo documento eles afirmam e assinam que não querem sair desta unidade de ensino. 


Ambos os documentos foram assinados por DEZESSEIS SERVIDORES DESTA ESCOLA

Em momento algum o relatório menciona o termo “conforme provas em anexo”, ela fez um relatório sem comprobação alguma, chegando a patética situação da relatora relatar que “foi levantado pelo SECRETÁRIO inconsistências referente à legitimidade de alguns orçamentos”. 
Vejam bem meus caros amigos leitores de Bom Jesus do Norte, o secretário interino de educação designa uma servidora de perfil TÉCNICO para realizar uma sindicância para relatar o que foi informado pelo próprio secretário. 


Também ela não cita se há algum relatório do secretário de educação sobre tal fato em anexo ao seu relatório

Outro ponto bastante questionável está no fato de não haver nenhum número de identificação deste documento, não há nenhuma referência de decreto, resolução ou portaria, apenas inicia o relatório citando somente uma solicitação feita pelo secretário de educação. 

Se analisarmos com rigor a redação do texto, nota-se que tal documento foi redigido de maneira inaceitável para os padrões da gestão pública ou corporativa privada.

O que se constata é que a pessoa que redigiu o texto deste relatório não tem o menor preparo para formatar documentos oficiais, e o pior, o mesmo tem erros gramaticais grotescos, o que somente atesta o caos que vive a gestão da educação pública de Bom Jesus do Norte. 
É surreal, mas é fato, os gestores da educação do governo Ubaldo Martins não sabem sequer redigir um documento oficial, a proximidade com o analfabetismo funcional é siamesa no governo Martins.

Na sequencia da conclusão do relatório sindicante, a secretaria de educação enviou um documento assinado por cinco pessoas, o secretário interino, a relatora técnica, e outros três servidores. 
Sendo que salvo engano uma das assinantes do documento enviado ao prefeito, foi nomeada como a nova diretora da escola. Também neste documento não consta nenhuma identificação numérica ou algo semelhante, é um papel timbrado do governo, em que os assinantes sugerem o afastamento da diretora.

Sinceramente eu jamais tomei conhecimento de qualquer ofício seja lá de que tema for em que o secretário de educação, ou de qualquer outra pasta, tenha que assinar em conjunto com outros quatro servidores um ofício para o prefeito.

É importante que os vereadores e o ministério público observem este documento com atenção, pois o desenrolar dos fatos deste processo autoritário e perseguidor está repleto de graves irregularidades contidas na formulação deste mesmo. 
É inaceitável que o relatório tenha sido concluído no dia 20 de fevereiro, o secretário e outras quatro pessoas despacham um pedido de afastamento no dia 24 de fevereiro, e no dia 27 de fevereiro os próprios servidores ASSINARAM dois documentos que DESMENTIRAM duas acusações relatadas no documento.


Pergunto se este relatório está embasado ou respaldado com algum parecer jurídico? Que validade tem um documento desta gravidade sem provas, sem número de identificação, sem publicação de portaria, e muito menos os números das matriculas das pessoas que assinaram os documentos? E com o sério agravante de duas acusações comprovadamente desmentidas.

Também absurda foi a conduta do prefeito neste lamentável episódio que mesmo com todas as desqualificações observadas neste documento, ele não procurou ouvir a parte acusada, e assinou logo a exoneração da mesma. É neste clima de Gestapo e com o tribunal de exceção que se norteia a gestão da educação e do município de Bom Jesus do Norte.

O ápice da hipocrisia e da demagogia deste documento está no fato do secretário interino de educação assinar um documento em defesa e do “zelo pelo bom uso dos recursos públicos”, sendo que este mesmo cidadão foi BANIDO da gestão pública estadual por sérios desvios de conduta.



Finalizando cabe alertar aos cidadãos de Bom Jesus do Norte, que este documento irresponsável e leviano ainda poderá acarretar um pesado processo de reparação por danos morais contra o município, pois o documento não tem  a menor consistência legal, e levou o prefeito a EXONERAR uma gestora de uma escola pública sem o amplo direito à defesa. 
Mesmo com dezesseis servidores desta escola tendo assinado um manifesto contrariando o mesmo relatório.

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