Os defensores da farra pública do
Coronel-peculato se agarraram no voto popular que elegeu o réu da Comissão
Processante para absolve-lo, eles falavam em um tom no qual até parecia dois
defensores do Estado Democrático de Direito, e o próprio prefeito chegou a
alertar aos vereadores que eles não estariam julgando a pessoa Ubaldo Martins,
e sim o mandato obtido pelo voto popular.
Ocorre que o voto popular não
estava em cheque, a votação obtida pela coligação do Coronel foi devidamente
legitimada pelo Tribunal Regional Eleitoral tão logo assim apuradas todas as
urnas de Bom Jesus do Norte, porém a partir daí passa-se a avaliar a
legitimidade do mandato, o voto popular se tornou apenas o resultado legitimado
no passado.
Cabe ao prefeito e seus
defensores legislativos avaliarem com sensatez que a votação popular obtida
pelo Coronel, expressiva diga-se de passagem, foi proveniente de diversos
fatores, com dois em destaque que abordarei a seguir.
O primeiro fato que contribuiu
decisivamente para a eleição do Coronel foi o amplo leque de alianças
costuradas em torno de sua candidatura, com a aglutinação de diversas
lideranças políticas, sua capilaridade eleitoral ficou garantida.
Outro fato tão importante, ou até
mais decisivo do que as lideranças coligadas com o Coronel se deram em seu
arrojado programa de governo e suas promessas megalomaníacas, que prometeu revolucionar
a administração pública de Bom Jesus do Norte, sem dúvidas que sua firmeza em
propor tais mudanças convenceu e muito o eleitorado.
Depois de articulado um poderoso
leque de alianças partidárias e apresentar seu revolucionário programa de
governo, restou somente esperar o período de campanha para consumar a vitória
em outubro de 2012.
Depois de eleito e com o TRE consagrando
a legitimidade da votação, partimos então para avaliar a legitimidade do
mandato do coronel a partir do dia de sua posse, 1º de janeiro de 2013.
Uma das promessas unânimes feita
pelo Coronel com seus aliados de campanha em 2012, foi que em hipótese alguma o
senhor Edmilson Carvalho faria parte do governo, isso quem falou foi o vereador
José Manoel, “O Cascudo do Parlamento”, na tribuna legislativa em 2013, fato
este confirmado por diversas outras pessoas que participaram diretamente do
comitê de campanha que elegeu o Coronel.
A partir do momento em que um
candidato eleito pelo voto popular quebra um acordo de campanha com seus
aliados logo no primeiro dia de governo, a legitimidade deste começa a se
abalar.
O mais grave ocorreu com seu
programa de governo revolucionário, que seduziu quase 60% do eleitorado de Bom
Jesus do Norte e chegando na metade do terceiro ano de governo, podemos
facilmente constatar que nenhuma das promessas de campanha foram cumpridas, e
pelo andar da carruagem as mesmas não serão postas em prática.
Se o Coronel enganou seus aliados
partidários de campanha em 2012, e ludibriou seus eleitores em não conseguir
sequer esboçar o cumprimento de apenas uma de suas muitas promessas hipnóticas
de campanha, não restam sombras de dúvidas que seu mandato não tem legitimidade
alguma para servir de argumento de defesa
Como defender um prefeito que
traiu seus aliados políticos e todos seus eleitores? Como defender um prefeito
que prometeu entregar medicamentos em casa e que na realidade ele não consegue
entregar sequer onde era entregue?
Com o defender um prefeito que já é acusado
pelo Ministério Público de ter desviado recursos públicos em falcatruas
cometidas neste mandato, e que já se encontra com os bens bloqueados pela
justiça?
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