terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Umberto Messias na berlinda | Ministério Público denuncia ex-conselheiro do TCE por 'represar' processos

Promotoria acusa o conselheiro aposentado Umberto Messias de ‘segurar’ processo por mais de 15 anos

Nerter Samora | 02/12/2014 17:05 
O Ministério Público Estadual (MPES) protocolou duas ações de improbidade contra o conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Umberto Messias de Souza, acusado de ‘segurar’ processos em seu gabinete por mais de uma década. As ações foram protocoladas no final de 2003, mas ainda não foram recebidas pelo juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual, onde tramitam os dois casos. O Ministério Público Especial de Contas (MPC) informou que, no final de novembro, encaminhou novas informações ao autor das ações.

De acordo com informações do MPC, o ex-conselheiro é acusado de paralisar a tramitação de dois processos no Tribunal de Contas do Estado (TCE), cujas apurações foram prejudicadas em função da demora. 
Em uma das ações, a promotoria cita uma denúncia encaminhada pela Câmara Municipal de Dores do Rio Preto que ficou parada por 15 anos no gabinete de Umberto Messias. Os autos entraram no gabinete do conselheiro em 16 de agosto de 1996 e saíram no dia 29 de fevereiro de 2012, na ocasião de sua aposentadoria.

Neste processo (TC 7536/1995), a área técnica do TCE apontou a existências de irregularidades, como a falta de licitação para aquisição de área de terra e a ausência de autorização da Câmara para a aquisição de bem imóvel, o que teria provocado um prejuízo de R$ 144 mil ao erário. 

No entanto, o parecer considerou que o episódio foi alcançado pela prescrição – isto é, quando o Estado perde o direito de punir os responsáveis pelos atos irregulares. O caso está sob relatoria do conselheiro Sérgio Manoel Nader Borges, que deverá levar o processo ao plenário.
Em outro processo citado nas ações de improbidade, uma auditoria ordinária nas contas da Prefeitura de Vila Velha, referentes ao exercício de 1992, acabou sendo arquivada por falta de interesse processual. Neste caso (processo TC 5216/1995), foram apuradas irregularidades na contratação e execução de obras públicas no município. 

No final de 2013, o Plenário decidiu, por maioria de votos, considerar prejudicada a análise do expediente, isto é, sem a análise sequer do mérito da questão. Esses autos chegaram ao gabinete de Umberto Messias em 09 de janeiro de 1996 e saíram apenas no dia 29 de fevereiro de 2012.

As duas ações de improbidade tramitam sob nº 0046183-07.2013.8.08.0024 e 0045561-25.2013.8.08.0024. Em ambos os processos, o conselheiro aposentado foi notificado para responder às acusações, mas as denúncias ainda não foram apreciadas pelo juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública. Se condenado pela Justiça, o conselheiro pode perder a aposentadoria ou mesmo ter de ressarcir os prejuízos causados ao erário.

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