O vereador Paulo Sérgio,
popularmente alcunhado de “ET”, fez um contundente pronunciamento na tribuna
livre na última sessão ordinária da Câmara dos Vereadores, ele apresentou
dezenas de requerimentos com uma série de questionamentos sobre a remuneração
de alguns membros da equipe do governo no executivo.
O ponto alto da polêmica se
encontra nos pagamentos de rescisões trabalhistas em favor da secretária de
educação, do gerente administrativo e do consultor interno, todos cargos
políticos, e que foram exonerados e readmitidos logo a seguir, e mesmo assim
eles receberam valores vultosos, que segundo o vereador ET estaríamos diante de
um ato de improbidade administrativa.
O vereador entrou em contato
comigo na semana passada, e eu disse a ele que qualquer denúncia que ele
tivesse contra o governo, que ele me enviasse as provas documentais para darmos
a devida publicidade e um debate substancioso.
Em novo contato, o vereador
Paulo Sérgio me enviou nesta sexta-feira (24/10) seis arquivos com os
comprovantes dos respectivos pagamentos questionados na tribuna, sendo que na
sequência eu recebi o contato do ex-secretário de agricultura, Rodrigo Motta,
que também polemiza a respeito.
No caso de Motta, ele e
outros ex-colaboradores do governo ingressaram com ação na justiça do trabalho,
cobrando do município os mesmos direitos trabalhistas recebidos pelos
supracitados agentes políticos que receberam seus direitos em janeiro de 2014.
Ambos os opositores do
governo indiciam que o pagamento das rescisões para os colaboradores que
permaneceram na prefeitura se configuram como improbidade administrativa, no
entanto, um caso semelhante ocorreu em Bom Jesus do Norte, a qual eu fiz uma matéria
polemizando o fato abordado pelo vereador Marcelo Pereira.
Na ocasião um dos
beneficiados pela rescisão de BJN, foi convocado e compareceu na câmara
conseguindo convencer aos vereadores que os pagamentos rescisórios seriam uma
decisão política do prefeito e dentro de todos os trâmites administrativos.
Por outro lado, enviei uma
mensagem ao prefeito para questionar-lhe os fatos relatados pelo vereador e
pelo ex-secretário, e o mesmo me retornou via telefonema e deu as explicações
sobre a polêmica em tela.
O prefeito esclarece que tais
pagamentos estão dentro da legalidade, que as operações foram submetidas ao
crivo do Tribunal de Contas do Estado do ES, que todos eles têm o respaldo
processual com os pareceres jurídicos necessários, e que se de fato
constituísse em ato de improbidade administrativa, o mesmo teria sido demandado
no Ministério Público na época, em janeiro de 2014.
Ele ainda salientou que por
se tratar de agentes políticos com cargo comissionados ou como secretária de governo,
ele se vale de sua prerrogativa de tomar decisões políticas, como o não
pagamento rescisórios dos ex-colaboradores que agora são oposição, tanto que
nesses casos coube a esses recorrerem à Justiça do Trabalho em busca do debate
se tem ou não os direitos de receberem.
O prefeito finaliza alertando
ao vereador Paulo Sergio, para que este tenha ciência que a sensação de
impunidade que ele propaga sob supostos escândalos de seu governo que não são
apurados, atinge diretamente a reputação do Ministério Público de Apiacá e por
consequência o Poder Judiciário local.
A conclusão que podemos
chegar neste imbróglio envolvendo esses pagamentos de rescisões trabalhistas a
secretária de educação, do gerente administrativo e do consultor interno, é que
o debate, as indagações e os questionamentos deveriam inicialmente terem sidos
levados para o campo político e não pseudo-jurídico, ao passo que segundo o
prefeito, este caso não foi levado como forma de representação no Ministério
Público.
Poderíamos elencar este
debate questionando por exemplo se não seria mais efetivo aplicar os recursos
pagos nas rescisões em áreas carentes do município, sem dúvidas que os pagamentos
nos valores polemizados seriam suficientes para questionar a melhor aplicação
dos mesmos.
Se tais
pagamentos e seus respectivos processos, foram tramitados e concluídos no
início de 2014, e praticamente todos os personagens oposicionistas do momento,
tinham ciência desde quando ainda faziam parte do governo, podendo concluirmos
se de fato existe algum ato de improbidade administrativa, eles então prevaricaram
ao se omitirem sobre este fato até outubro de 2015.
Cabe salientar que esses fatos
somente estão vindo a público devido a deste blogueiro ter provocado o vereador
Paulo Sérgio, que atendendo meu desafio, me procurou com a documentação que
alega ser a prova de uma grande irregularidade no governo, porém, conforme
abordado acima, há controvérsias.
Como maneira que
aprofundarmos ainda mais neste debate, sugiro não só ao vereador Paulo Sérgio,
como todos os vereadores que compõe o Poder Legislativo de Apiacá, que submetam
esta polêmica em apreciação na Comissão Permanente de Orçamento e Finanças e a
de Constituição, Justiça e Redação da Câmara, e junto com um parecer jurídico
da procuradoria do Poder legislativo, poderemos chegar a uma conclusão
institucional se há ou não elementos que configuram como ato de improbidade administrativa
no pagamentos rescisórios.
Desta maneira a sociedade
poderá obter de maneira legal e institucional a informação correta e precisa
sobre este fato, e se confirmada qualquer irregularidade, que se leve ao conhecimento
do Ministério Público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário